quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PARÁBOLA DO CONHECIMENTO

Um milionário excêntrico que queria ser sábio resolveu fazer uma viagem à Índia para contatar um guru.
Lá chegando, foi até um castelo nas montanhas, onde encontrou um homem sábio.
Aproximou-se e disse:
- Senhor guru, eu quero ser sábio!
O homem sorriu diante da solicitação direta do milionário e com a voz pausada disse:
- Pois não, isto não tem nada de difícil; aliás, o senhor chegou em um momento muito importante, pois estamos exatamente na hora do chá.
E tomando o bule indagou:

- O senhor aceitaria uma xícara de chá?
O milionário prontamente aceitou, e o guru pegou uma xícara e começou a servi-lo.

Foi enchendo, enchendo a xícara até que xícara encheu e o chá começou a transbordar, mas, mesmo assim o homem sábio continuou colocando chá.

O milionário, sem entender, e percebendo que o homem sábio não parava de colocar o chá na xícara disse apontando para a xícara:
- Sr. Guru, está transbordando!

O guru olhou para o milionário sem cessar de colocar o chá na xícara e respondeu-lhe:
- Eu sei - e completou - esta xícara está exatamente como sua cabeça, ou seja, enquanto não tirar o que ela tem dentro, nada de novo conseguirá colocar nela. 
Qualquer pessoa – ou organização –  que suponha que o que sabe e o que a levou a ter sucesso no passado terá de continuar para garantir sucesso no futuro, fatalmente estará fadada ao fracasso.

Quando um paradigma muda, tudo volta a zero.
Seu conhecimento e seu passado não garantem nada no mundo se as regras mudarem.
Assim, este é o maior desafio de nossos tempos o de aprender a desaprender para, só depois aprender e aprender algo novo.
Aliás, desde que Peter Senge lançou seu livro A Quinta Disciplina que se fala muito em aprender a aprender. Aprender não é só uma questão de se inscrever em um curso e ser alimentado de informações à força.
O verdadeiro aprendizado vem de ter curiosidade constante sobre o mundo e aproveitar as várias oportunidades que surgem.
Requer leitura e questionamento constantes, afinal, o segredo para uma vida calmamente satisfatória é o conhecimento.
Infelizmente, a quantidade mínima de conhecimento aceitável aumenta constantemente, e o conhecimento em si muda com a regularidade de uma queda d’água.
Isto significa que o que anteriormente estava no topo, hoje não tem nada a ver.
É possível ser exótico, talvez, quando se tornar obsoleto, mas não interessante, uma vez que algo interessante depende de se ter interesse.
O hábito de aprender é o que nos realiza, nos faz sobreviver e nos mantém interessados.
Neste sentido é claro que é importante, mas por outro lado, acredito que aprender a desaprender seja muito mais difícil.
Existem três condições para você aprender.
Vontade, disciplina e metodologia
Se você tiver vontade, disciplina e um método, não tenho dúvidas de que irá aprender.
Agora aprender a desaprender exige estas três condições e mais outra variante importante, que é a humildade.

Você pode estar pensando “o Rubens pirou de vez.”
Calma, eu explico.
Aprender a desaprender significa evoluir, deixar aquilo que acreditamos e aceitar novas verdades.
E como é difícil.
Existe uma ferramenta em qualidade total que se chama 5S, em que o primeiro S é o que os japoneses denominam de Seiri, que significa descarte.
Você não imagina como é difícil convencer as pessoas a abrir mão de objetos e coisas, a resistência é terrivelmente grande.
O triciclo do Juninho está pendurado no teto da despensa.
Como descartar, é o triciclo do Juninho, mas o Juninho está com 20 anos de idade.
Aquele vestido de noiva no armário e assim por diante.
Se é difícil descartar estas coisas físicas e materiais, agora você imagina descartar idéias, dogmas e verdades absolutas que adquirimos ao longo da vida?
Minha querida vovozinha não acredita que o homem pisou na lua.
Ela é burra?
É claro que não, ela apenas esqueceu de desaprender.
Gente, eu não estou dizendo que temos que esquecer.
Desaprender não é esquecer as coisas que aprendemos ao longo da vida, eu estou dizendo que temos que usar as coisas novas.
Isto é evolução.
Aprender talvez seja uma das coisas mais fáceis, e todos nós estamos aptos para isso, basta um pouco de esforço e dedicação.
Mas apenas aprender, não é suficiente.
Mais do que aprender, é preciso desaprender.
É preciso estar aberto às mudanças.
Só assim poderemos evoluir.
Desaprender significa deixar nossas verdades de lado e aceitar novas verdades.
Enfim, aprender a desaprender significa aprender a olhar as coisas de forma diferente, não considerando apenas o que os outros pensam e sim construir as próprias verdades.

OPORTUNIDADES OU AMEAÇAS?

empreendedorismo brasileiro Brasileiro é empreendedor por necessidade ou oportunidade?
É sabido que brasileiro é um povo criativo, trabalhador e que não foge da batalha. Mas qual a relação desses predicados do nosso povo com o empreendedorismo?
Para responder essa questão vale explicar brevemente sobre dois tipos de empreendedores, sendo eles:
Por necessidade: que decide investir em um negócio próprio pois a situação em que se encontra acabou por levá-lo a isso.
Por oportunidade: que torna-se empreendedor por ter detectado uma oportunidade de mercado na qual acredita que sua empresa possa se beneficiar.
O Brasil possui, em média, cerca de 2 empreemdedores por oportunidade para cada um por necessidade, e isso é algo muito positivo para a nossa economia, pois comprova a curva de desenvolvimento econômico do país. Temos cerca de 22 milhões de pessoas que possuem seu próprio negócio com até 3 anos e meio de existência (fonte: Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2010).
Sendo assim, podemos concluir que as empresas brasileiras estão em ótimas mãos e que somos um case de sucesso para o mundo em matéria de empreendedorismo, certo? ERRADO!

Você foi criado para ser um funcionário. Isso mesmo, a escola brasileira não forma empresário, mas sim, assalariado. Quantas vezes na escola você estudou sobre finanças? E administração? Marketing, talvez? Não, você ficou é decorando tabuada. Na melhor das hipóteses viu esses temas em um curso técnico e de maneira breve o suficiente para que você possa exercer uma função operacional dentro de uma companhia.
Uma outra questão é que a vida do brasileiro é pautada, no geral, pelo imediatismo. O que vou fazer hoje, agora, neste momento. Não faz parte da nossa cultura o planejamento de longo prazo, o que é uma característica fundamental para o empreendedorismo.
Você sabia que cerca de 27% das empresas paulistas morrem no primeiro ano de vida? Veja abaixo alguns depoimentos de empresários que faliram e os motivos que eles mesmos declararam (conforme pesquisa realizada pelo SEBRAE em Ago/10):
  • Não consegui trazer mais clientes. Precisava trabalhar o marketing da empresa. (Marketing)
  • Não consegui manter o lucro pretendido para manter um capital de giro satisfatório. (Finanças)
  • Administração, pois tinha noção apenas da produção. (Administração/ planejamento)
  • No início achei que era simples. Porém depois fui percebendo as dificuldades, problemas e obstáculos. (Planejamento e Gestão)
Os depoimentos acima comprovam o despreparo do empreendedor com relação aos conhecimentos fundamentais para a sobrevivência e gestão de um negócio.